Cirurgia mal detalhada e assistência inadequada: veja possíveis falhas em procedimento que deixou estudante de medicina em estado vegetativo

  • 26/04/2024
(Foto: Reprodução)
Larissa de Carvalho passou por cirurgia para corrigir alterações de crescimento dos maxilares e mandíbulas, em março de 2023, e ficou mais de um ano internada na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. Hoje, ela segue tratamento domiciliar. Familiares da estudante Larissa Moraes de Carvalho cobram explicações sobre complicações no procedimento feito na Santa Casa de Juiz de Fora Arquivo Pessoal Uma perícia particular contratada pela família da farmacêutica e estudante de medicina Larissa Moraes de Carvalho, de 31 anos, aponta as possíveis falhas no procedimento realizado na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, que podem ter resultado na parada cardiorrespiratória da paciente. Com as sequelas, causada pela grave lesão cerebral, Larissa se encontra inconsciente, em estado vegetativo desde março do ano passado. Há aproximadamente um mês, ela teve alta hospitalar e agora segue em tratamento domiciliar. A jovem passou mal depois da cirurgia ortognática, que é um procedimento para corrigir alterações de crescimento dos maxilares e mandíbulas, no dia 16 de março de 2023, quando teve a parada cardiorrespiratória. A Santa Casa, o médico-cirurgião, e o médico-anestesista são investigados no caso. Em uma das perícias, o médico Hugo Ricardo Valim de Castro cita: Descrição cirúrgica sem detalhes, de maneira que não é possível avaliar se todos os passos foram seguidos de acordo com as técnicas adequadas; Preenchimento inadequado do boletim anestésico e da ficha de recuperação pós-anestésica; Transporte intra-hospitalar em desconformidade com o preconizado pelo Conselho Federal de Enfermagem – pelas informações fornecidas, não é possível confirmar que a paciente esteve durante todo o transporte acompanhada por um profissional; Assistência inadequada à parada cardiorrespiratória, sem identificação do ritmo de parada, etapa preconizada na assistência intra-hospitalar à parada e essencial para determinar a realização ou não de desfibrilação e infusão ou não de antiarrítmicos; Investigação e manejo pós-parada cardiorrespiratória inadequados, sem a realização de exames mandatórios e com controle de temperatura e glicemia inadequados. O médico responsável pela perícia concluiu que “evidenciam-se falhas em diferentes pontos da assistência médico hospitalar prestada, desde o acompanhamento anestésico até os cuidados pós-PCR [parada cardiorrespiratória], que contribuíram para o desfecho neurológico observado”. O vídeo abaixo, de 2017, explica como funciona a cirurgia pela qual Larissa passou: Saiba um pouco mais sobre cirurgia ortognática Já uma outra perícia particular, da médica contratada Janice Rodriguez de Almeida, indica que há indícios de condutas erradas no atendimento prestado à Larissa. Ambos os profissionais citam que o procedimento teve falhas relacionadas ao período de observação pós-anestésica. A paciente teria sido monitorada por apenas 20 minutos, contrariando as recomendações da Sociedade de Anestesiologia, que indica observação de uma hora para cirurgias extensas como a que ela fez. 🔔 Receba no WhatsApp notícias da Zona da Mata e região Conforme a família, o prontuário médico da jovem pondera que ela teria saído da sala de Recuperação Pós-anestésica (RPA) às 17h45, sendo direcionada ao quarto do 9º andar da unidade, chegando lá por volta das 18h02, já em parada cardiorrespiratória. Neste intervalo de 17 minutos, segundo familiares, ninguém havia identificado que algo estava errado com a paciente. Quem é a estudante de medicina que ficou em estado vegetativo após cirurgia Investigação no Ministério Público O caso foi levado ao Ministério Público de Minas Gerais e, em setembro de 2023, o promotor Jorge Tobias de Souza determinou a abertura de investigação pela Polícia Civil, que abriu inquérito e colheu depoimentos. Na ação, o promotor solicitou a apresentação da íntegra do prontuário médico de Larissa e o áudio da gravação da reunião realizada com a diretoria da Santa Casa, além da cópia do procedimento ao Conselho Regional de Medicina para conhecimento e adoção de eventuais providências. A família tenta também imagens dos procedimentos realizados: “Tentei marcar reunião com o hospital para entender o que aconteceu, eles desmarcaram e remarcaram. Pedi as imagens das câmeras para saber o que havia acontecido, mas não me entregaram”, explicou Ricardo Carvalho, pai de Larissa. O g1 tentou contato com a defesa dos médicos investigados, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Já a Santa Casa de Misericórdia informou que não vai se pronunciar sobre o assunto, e o advogado que cuida da defesa da instituição não retornou contato. O Conselho Regional de Medicina (CRM) disse que “todas as denúncias recebidas, formais e de ofício, são apuradas, sendo respeitada a ampla defesa e o contraditório”. A Polícia Civil, através da 1ª Delegacia, informou que a delegada colheu depoimentos e está realizando diligências para apuração plena do caso. MAIS SOBRE O CASO: Estudante de medicina fica em estado vegetativo após cirurgia para corrigir a mandíbula e o maxilar Cheia de amigos e apaixonada por esporte: Quem é a estudante de medicina que ficou em estado vegetativo após cirurgia para corrigir a mandíbula e o maxilar 📲 Siga o g1 Zona da Mata: Instagram, Facebook e Twitter 📲 Receba no WhatsApp as notícias do g1 Zona da Mata VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes ,

FONTE: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2024/04/26/cirurgia-mal-detalhada-e-assistencia-inadequada-veja-possiveis-falhas-em-procedimento-que-deixou-estudante-de-medicina-em-estado-vegetativo.ghtml


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